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Papo com Beto: Embaixador da Betsul, Jackson Follmann fala sobre a vida e a parceria com a casa de apostas

A equipe da Betsul conversou com o ex-jogador, palestrante e músico Jackson Follmann sobre sua vida e também sobre a parceria no projeto Bet do Bem

Atualizado
Papo com Beto: Embaixador da Betsul, Jackson Follmann fala sobre a vida e a parceria com a casa de apostas
Jackson Follmann, Embaixador Betsul.

Jackson Follmann é uma figura que inspira as próximas gerações pela simples vontade de viver intensamente. O ex-goleiro, que estava envolvido no trágico acidente da Chapecoense, em 2016, é um amante da música e do esporte.


Atualmente, ele faz palestras e incentiva as pessoas a serem gratas. Por isso, a equipe da Betsul teve acesso à uma entrevista exclusiva com ele para saber sobre todo o processo pós-acidente e sua parceria com a casa de apostas. 


Betsul: Você é um cara que é um exemplo de resiliência, de superação, de como encontrou novos sentidos à vida. Como é ser uma pessoa que inspira, que é exemplo? Você se vê assim ou não?

Follmann: Cara, eu me vejo hoje assim por tudo que aconteceu, né? A frase é clichê, mas ela é a mais pura verdade. Do limão eu fiz uma limonada. Depois de toda a dificuldade que eu passei, a perda física e emocional foi muito grande. A vida deu uma reviravolta e, graças a Deus, eu soube lidar muito bem com isso.


É lógico que com muita ajuda de profissionais, da minha fé em Deus e da minha família. E hoje eu me vejo assim um exemplo de superação. Mas ao mesmo tempo, pelo fato que eu toco a minha vida de uma maneira leve, acho que isso é o mais importante.


Eu não faço algo para impactar ou algo para mostrar para as pessoas que eu posso. Eu acho que as pessoas me veem hoje como exemplo de superação pelo fato de que eu sou um cara apaixonado pela vida e eu vivo.


Acho que o segredo disso tudo é viver intensamente. Depois de tudo que eu passei, a vida me mostrou ainda mais que eu só tenho hoje para viver o agora. E eu procuro viver intensamente isso. E prefiro sempre estar ao lado das pessoas que eu mais amo, que com certeza é a minha família e os meus amigos verdadeiros.


Então, eu acho que eu sou um exemplo hoje para as pessoas, mas de uma forma assim, no meu pensamento. Levando a minha vida do jeito que eu sempre fui feliz, alegre, motivado e sempre agradecido a Deus pela vida. Acho que isso é o mais importante.


Betsul: Acredito que na sua cabeça, futebol foi uma grande ferramenta que te deu oportunidades e depois do fatídico dia, novas oportunidades apareceram na sua vida. Como você começou a ver essas oportunidades durante o seu período de recuperação e depois? Como chegaram esses contatos, essa proximidade de outras áreas na sua vida?


Follmann: Eu fui o último dos sobreviventes a voltar à vida, digamos assim. Porque eu fiquei 56 dias hospitalizado. Depois que eu saí dos hospitais, eu tive que colocar minha prótese. Então foi um processo, uma reabilitação muito lenta, que precisou ser dessa forma. 


Tive que ter muita paciência e o fato de que o que eu faço hoje, onde eu me encontrei, me reconectei também, foi muito também porque lá atrás eu sempre fui um cara muito apaixonado pela música.


Eu sempre me via, em algum momento, em cima de um palco. Hoje eu vejo que o meu propósito é em cima de um palco, em um formato um pouco diferente, não mais forte com a música e sim com a palestra.


E aí eu tinha sempre aquela preocupação: o que eu vou fazer? E os meus familiares sempre me deixaram muito tranquilos. Primeiro eu teria que focar realmente na minha recuperação, depois colocar minha prótese e então ver realmente o que eu poderia fazer. Porque eu estava ciente também que muitas portas poderiam se abrir pela pessoa que eu sempre fui, que eu sou.


O ser humano é falho, eu sou falho também, mas eu sempre tentei ser o mais correto possível na minha vida, como atleta e pessoa. Então, isso me ajudou também a abrir outras portas.


E aí a oportunidade da palestra veio com alguns contatos que eu já tinha há muitos anos, o próprio Fabrício que faz a gestão da minha carreira. Então a gente sentou, eu tinha muita essa preocupação e ficava com medo. Porque eu comecei a receber muitos convites para contar a minha história depois de tudo que aconteceu.


As pessoas têm essa curiosidade de nos ouvir, de saber como eu estou, o que eu falo, o que eu não falo. E eu tinha essa vontade de contar a minha história, mas de contar num formato que eu poderia realmente acrescentar algo positivo na vida das pessoas.


Apesar de eu ter a história, eu tenho que ter um início, meio e fim. Eu não podia contar minha história e ficar toda bagunçada, e a pessoa sai de lá meio confusa. Então a gente sentou, conversou, viu fotos, vídeos. Contei bastante das coisas que eu passei toda a minha vida e a gente construiu a minha palestra.


Então, hoje o meu propósito...como eu falei lá atrás, eu tinha aquele sonho também, porque meus dois sonhos eram a música e o futebol. E o futebol veio primeiro pela oportunidade, mas eu sempre levei meu violão em todos os clubes que eu passei. Eu realmente sou um cara muito apaixonado pela música. E eu sempre pensava: “poxa, um dia eu vou me ver num palco”.


Então hoje o meu propósito, sem sombra de dúvidas, eu estou em cima de um palco, ajudando as pessoas através da minha história e do meu testemunho. Eu dei uma pulada de etapa, mas é isso aí.


Betsul: Falando dessas palestras que você está fazendo, o que você enxerga que mais toca nas pessoas, ou que as pessoas mais se interessam, ou que mais mexe com o emocional delas, o que mais te perguntam?


Follmann: A galera tem muita curiosidade do acidente, né? Do que eu lembro, se eu tenho medo de voar, aquela coisa toda. Mas o que mais toca e mais eu acho que o que deixa as pessoas mais presas na história é o pós.


Eu sempre deixo muito claro que a minha vida é muito mais rica após o acidente, de como eu encarei toda essa dificuldade, toda essa situação da perda de um membro, de ter que encerrar a carreira em 24 anos. Eu sempre que estava no auge da minha carreira. Então eu teria mais ou menos uns 15, 16 anos de carreira. Então realmente eu me aposento muito cedo, muito novo.


Acho que isso que pega mais as pessoas, porque a gente passa por um processo de reconstrução a todo momento. Ainda mais depois de uma pandemia, onde todo mundo teve que se reinventar, se reconstruir. Então a galera se apega muito no pós, na reconstrução. E eu vejo que realmente é ali que as pessoas tiram de melhor, digamos assim, do meu conteúdo.


Quando eu começo a contar o pós, de como eu encarei a vida, o ramo do PCD, do que eu fui fazer, do que eu faço hoje, da gratidão pela vida, da valorização das coisas simples da vida. Então vejo que a galera se apega muito a isso.



Betsul: Você faz bastante coisa para o público PCD atualmente. O que mais te dá prazer nesse relacionamento com esse pessoal?


Follmann: A conexão, as histórias. Minha história é só mais uma. Eu lembro muito bem que no primeiro dia que eu cheguei em São Paulo para colocar minha prótese. É lógico que a nossa história comoveu o mundo todo. Mas eu nunca esqueço que tinha uma menininha de uns 12 anos mais ou menos e eu tava na sala da recepção da clínica que faz a reabilitação das próteses. E quando eu chego e sento eu vejo aquela menininha feliz da vida, sorridente sem as duas pernas e os dois braços.


Aquilo para mim foi um tapa na cara, porque realmente ali você começa a ver outras situações. Eu não tinha esse contato ainda com as pessoas com algum PCD, que perdeu algum membro. Então, meu primeiro contato, assim, mais forte foi com aquela menina. E quando eu a vi sorridente, vibrando, porque iria colocar as próteses, me fez pensar que realmente a minha história é só mais uma.


Então o que mais me apega são as conexões. A gente senta e conversa: “Como é que foi o teu acidente?”, “Como é que tu perdeu a perna?”. Então, começa assim para depois se apresentar, sabe? É uma coisa que a gente até comenta. E aí uma história vai ajudando a outra. Eu sei que a minha história ajuda essas pessoas, assim como a história delas me ajuda. A gente vai se fortalecendo juntos.


Betsul: E nessa troca de aprendizados, de histórias, de conhecimentos, o que você mais aprende com essas pessoas?


Follmann: O que eu mais aprendo é viver o hoje mais intensamente. Porque essa galera também tem esse pensamento de viver o agora. Porque passaram por uma dificuldade, até lutando entre a vida e a morte. Então elas sabem o que significa tudo isso. De viver intensamente, de estar ali com as pessoas que você mais ama. 


Então quando a gente tá junto, eu escuto a história das outras pessoas que passaram por alguma dificuldade, eu ainda fico mais convicto que realmente eu preciso viver agora intensamente. Eu não fujo disso, cara, porque do dia para noite mudou tudo na minha vida.


Betsul: E você falou da música, queria também falar disso. Como que veio o convite para você participar do Pop Star e como que foi ganhar?


Follmann: É uma coisa muito louca, sabe? Porque eu participei de um programa na Globo, eu recebi alta numa segunda e numa terça-feira eu tava voando que tinha jogo Brasil e Colômbia no Rio.


E aí eu participei do programa da Fátima Bernardes e a galera, olhando minhas redes sociais, viu que eu gostava de cantar. E na época eu tava ainda de cadeira de rodas, não tava de prótese. Também estava com a voz bastante debilitada, porque eu fiz cirurgia na cervical e acabou afetando minhas cordas vocais. E aí no final do programa o pessoal fez uma surpresa, trouxe um violão, eu fiquei todo apavorado.


E aí acabou saindo bem uma musiquinha ali, com a voz bem fraquinha. E os anos se passaram e aí eu recebi uma ligação que era da produtora do programa. E ela falou que estava com uma ideia muito louca de colocar o meu nome para representar o esporte no Pop Star. Perguntou se eu conhecia o programa, eu falei conheço, mas não sei detalhes do programa. 


Ela me explicou um pouquinho e eu falei “vambora”. Mas eu achei que não ia dar nada, né? E o negócio aconteceu. Aí, em agosto de 2019, quando eu vou pela primeira vez pro Rio de Janeiro, lá eu encontro toda a galera do Pop Star, e ali que a ficha começou a cair realmente que eu iria participar do negócio.


E aí, cara, assim, foi muito da minha essência. A minha maior preocupação era eu poder performar bem, fazer é o que eu ensaiava em casa. Eu ensaiava a semana em casa, nas sextas-feiras eu voava para o Rio. Aí eu fazia um trabalho com a fono (fonoaudióloga) da Globo, no sábado eram os ensaios e nos domingos o bicho pegava, porque era tudo ao vivo. Então, as coisas foram acontecendo e eu sempre queria cantar a música ‘Tente Outra Vez’. 


Eu sou um cara muito apaixonado pelo sertanejo. Mas naquele momento, na minha cabeça, eu falei “vou no sertanejo porque acho que é a minha segurança”. E aí, só que ao mesmo tempo, eu queria ter uma brecha para cantar ‘Tente Outra Vez’, porque eu gostava muito da música. Eu ouvia bastante ela no hospital, na UTI. Minha esposa sempre colocava essa música. E aí deu a brecha de abrir o programa da minha primeira apresentação e foi com ‘Tente Outra Vez’.


Deu muito certo, repercutiu bastante. E acho que ali foi meio com um cartão de visita, porque ali eu chorei, minha esposa estava grávida. Era um misto de emoção gigantesco ali. E depois dessa música eu fui pro lado do sertanejo.


Só que a galera já veio junto, né? A galera já viu, acho que meio que se identificou, porque viu que eu era o único cara que era fora da TV. E aí cada domingo era um desafio gigantesco, mas para mim mesmo. Eu não estava preocupado em competir com os colegas. Eu estava preocupado em performar melhor do que domingo passado, e foi acontecendo. Tive alguns deslizes com o passar dos programas também, mas deu certo.


E aí eu pensei “se eu cheguei até aqui, acho que dá para dar uma beliscada na final”. Então o lado atleta falou mais alto e aí comecei a competir mesmo. 


Betsul: E como você enxerga essa carreira de cantor?


Follmann: Eu tenho um projeto na música, mas um projeto muito pequeno, sabe? Quando eu falo pequeno, é mais para compor o corporativo.


Muitas vezes a empresa que contrata minhas palestras vai me contratar pro show, pro pocket show. E ali o Prosa & Viola, é um projeto que eu canto músicas que eu gosto, que me pega muito na letra, na história da música. Então tem muitas músicas legais que eu tenho no meu repertório.


E aí, no meio desse repertório, tem algumas conversas, algumas falas, algumas histórias. Como eu me conectei muito com a música também, antes de sair de casa cantei em festivais na minha cidade, então eu realmente cantava desde os 8, 9 anos.


E lá em casa meu pai canta, minha mãe canta, minhas irmãs cantam, a família dos dois lados cantam. Ninguém canta profissionalmente, mas todo mundo gostava de cantar. Então, a música é muito importante na minha história, no meu crescimento, inclusive meu primeiro tênis de marca eu comprei cantando.


Betsul: Você falou da sua mentalidade de competidor lá no programa. E você é um cara do esporte, é acostumado a competir, alto desempenho, a ter a mentalidade de competição mesmo. Você pretende ingressar no esporte paralímpico, tem alguma modalidade em mente?


Follmann: Eu recebi muitos convites em relação a esse tema. Mas eu desde o começo falei que não, porque eu tenho muitos projetos em paralelo a isso. E eu por ter sido um atleta de alta performance, eu sei que se eu for aceitar um convite desse, tem que se entregar, treinamentos, se cuidar, enfim.


Eu saí de casa com 13 para 14 anos, então sempre foi muito regrado o negócio. Não que hoje seja uma bagunça, mas eu sei como funciona em relação ao futebol, ao esporte. Mas, eu nunca vou me ver como ex-atleta. Hoje eu faço atividade física, faço as coisas que eu posso.


Além disso, eu não posso fazer atividades com impacto muito pelo meu tornozelo esquerdo, que a minha perna real, é a perna ruim. Então, meu tornozelo esquerdo é muito ruim hoje, né? Eu tenho 20% dos movimentos, então eu não poderia fazer nada com impacto.


Acho que a nossa vida é feita de ciclos, né? E o ciclo dentro do esporte em relação a um atleta de alta performance competidor se encerrou em 2016. Hoje eu faço outras coisas dentro do esporte, mas fora das quatro linhas.


Betsul: Então, entrando no esporte, como é que pintou essa relação com o Betsul? E o que você pensa sobre o projeto da Bet do Bem?


Follmann: Primeiro, o projeto Bet do Bem me encantou, porque nenhuma das Bets fazem isso hoje, né? Então, você vê o conteúdo das bets muito pobre, porque quem vai lá no estádio vê 3, 4, 5 bets na TV, tantas outras propagandas de bets, e não vê um propósito.


E quando a Betsul chegou com esse projeto novo, esse propósito, e eu vi os outros embaixadores estando juntos, eu sabia que isso aqui faz todo sentido para mim.


E a conexão foi por um grande amigo meu que é o Gelson. Ele tem deficiência nas pernas e é capitão da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Agora ele está quase se aposentando, porque ele tá com uma certa idade.


E ele comentou comigo sobre a Betsul e a gente se conectou ali. O pessoal me explicou mais ou menos o que era e eu me encantei, por causa do propósito. Depois de tudo que aconteceu a gente costuma buscar o propósito.


O da Betsul fez todo o sentido e eu me conectei muito, porque realmente é um projeto diferente, que tem outros atletas paralímpicos, outras pessoas que têm uma história de vida muito bacana. E que bom que deu tudo certo e hoje eu tô aqui com a Betsul. 


Betsul: Como você vê essa parceria impactando no seu dia a dia, nas suas atividades daqui para frente?


Follmann: Cara, é uma coisa assim que, sem sombra de dúvidas, tá me acrescentando e muito. A minha vida é uma correria para lá e para cá, mas vou te dar um exemplo muito simples. 


Quando a gente faz um conteúdo nas redes sociais, é diferente o engajamento das pessoas, até no direct as pessoas vêm falar comigo, em relação a isso, e até me falar que esse projeto é diferente, porque as pessoas veem um conteúdo cansativo aos olhos das outras Bets. Então, é legal você receber esse feedback das pessoas.


A gente acaba elaborando coisas legais, de vídeos bacanas, trazendo mais para a nossa realidade. Eu gosto de fazer isso, né? Para quem me vê nas redes sociais sabe que eu gosto de tirar sarro comigo mesmo. Eu falo porque eu tenho propriedade, é uma coisa que as pessoas gostam, faz bem para mim, faz bem para as outras pessoas que estão me acompanhando, né?


É legal o feedback de Follmann e Betsul dos meus seguidores, positivamente do que a gente está fazendo hoje nesse projeto. Acho que está me acrescentando muito, está me fazendo muito bem, e isso é o mais importante.


Se você está no seu propósito, fazendo uma coisa que você gosta, então é só seguir. É isso. “Tocando em Frente”, que é o nome da palestra, vamos tocando em frente. 


Betsul: Eu queria que você falasse alguma coisa para as pessoas que só sabem reclamar da vida. 


Follmann: Então, o principal conselho que você pode dizer, o primeiro de tudo é ser grato pela vida. Ser grato pelo fato de que você tá levantando da cama, você tá tendo a oportunidade de recomeçar.


Porque vai chegar um momento que será o último dia que a gente vai levantar da cama, escovar os dentes, vai dar um abraço, um beijo, e a gente não sabe quando vai chegar. Então, para essas pessoas que reclamam da vida, sejam mais gratos pela vida.

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